Depois de tudo aquilo que aconteceu,
primeiro beijo e assimilar a homossexualidade e DEUS,
veio outro passo importante,
SAIR DO ARMÁRIO!!!
Depois de ter entrado no primeiro serviço as coisas começaram
a ficar um pouco diferentes, pois vi que a vida não se resumia em
ir para a igreja nos finais de semana e dizer que isso me bastava,
na verdade ainda havia algo em mim que precisa se organizar.
Então um certo dia conheci na igreja um menino lindo, simpático
atraente, e tinha um coração em DEUS muito lindo.
Então trocamos telefone e começamos uma amizade, porém havia
uma vontade por trás disso tudo, com essa amizade descobri que ele
era gay e tinha uma vida gay bem ativa, ou melhor passiva...rsrsrs
Mas a amizade-coloria começou, e um certo dia ele me chamou para
ir na casa dele, e conhecia a familia dele:
Os pais deles eram pastores de uma igreja,
Pai moralista,
Mãe submissa,
Irmãos mais tranqüilos.
Então visitei a igreja dele, e é muito engraçado quando se é gay dentro da igreja
encontramos com pessoas parecidas e um fica contado para o outro a vida gay que
tem ou teve como testemunho e sempre tenta enfatizar o quanto está se livrando de tudo
aquilo, mas nem sempre é verdade, as vezes tudo o que queremos é viver aquilo de verdade
e parar de lutar contra uma natureza tão simples.
Um certo dia ele me chamou para ir no evento na igreja do pai dele, pois o pai dele se tornaria
apóstolo.
Sabe essa igreja foi uma das mais tradicionais e conservadoras igrejas que fui,
se uma pessoa fosse falar no microfone depois da fala ela dizia, e as palmas louvem ao SENHOR,
e todos batiam palmas,
o microfone era aberto para que se alguém quisesse falar e as pessoas iam falar,
mas falavam de coisas como tentando suprir carências, não tem muito como explicar,
eu era de igrejas mais livres, igrejas mais abertas, freqüentava lugares onde a questão
era quem DEUS era, e não quem eu sou.
Mas continuando...
Fui nesse evento e achei super chato, havia uma mulher com seus DEZ filhos,
e todos os tratavam como se não estivessem ali, sempre tive um lado mais humanizado
então eu servi as crianças dela e fiquei super observando, nessa época eu ia muito pras
igrejas e observava as atitudes das pessoas, pois eu acredito em CRISTÃOS onde o que
importa é o caráter e não as orações.
Após o evento fomos todos para casa dele,
então todos foram dormir era já altas horas, e fui tomar banho,
mas estava super a fim de ficar com ele,
detalhe que nunca havíamos beijado ou dado a entender que queríamos,
então ele foi tomar banho, quando ele voltou começamos a conversar
eu estava com um colchão ao lado da cama dele, no chão, então ele desceu a mão
e fez um carinho na minha cabeça, eu o convidei para deitar no meu colchão
então rolou minha primeira transa.
Nessa época eu estava no fim dos 19 anos e nunca tinha feito sexo, nem com homem
nem com mulher, e com mulher não fiz mesmo até hoje.
Na manhã seguinte acordamos e ele estava muito diferente, ele sentia um peso
na consciência muito grande, ele não conseguia olhar no meu olho,
eu sei que eu tive que puxa-lo e dar um abraço nele pois nem isso
ele conseguia fazer.
Então levantamos e fomos para a casa da prima dele, mas ele não conseguia
falar direito comigo.
Eu sentia que ele tinha gostado da noite e tinha gostado de mim, mas ele tinha um
peso na consciência muito grande, se sentia muito acusado por DEUS e pela igreja,
aliás não devia ser fácil se sentir livre ou completamente feliz na igreja a qual ele pertencia,
pois eles falavam muito do quão bom você tinha que ser para DEUS te aceitar.
Com isso quero dizer que existem dois pesos imensos na vida de qualquer gay,
e que para alguns são um problema gigantesco que parece não ter fim,
e para outros é um probleminha pequeno que se resolve rápido,
e ainda para outros é um problema que demora um pouco, mas nem
é tão gigantesco,
Mas não consigo olhar para a Religião e para a Familia
sem vê-los como um peso para alguém sair do armário
e resolver sua sexualidade.